Brasília (DF) – Seis
projetos públicos de irrigação e um projeto hidroagrícola administrados pelo
Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) e pela Companhia de
Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), entidades
vinculadas ao Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), foram indicados
para serem qualificados no âmbito do Programa de Parcerias de Investimentos
(PPI). Eles ficam localizados nos estados da Bahia, Ceará, Maranhão, Minas
Gerais, Piauí e Rio Grande do Norte.
Os empreendimentos
visam, por meio do desenvolvimento da infraestrutura hídrica (como barragens,
canais, bombas e adutoras), a ampliação dos serviços de irrigação e, no caso do
projeto hidroagrícola, também o abastecimento de água e a geração de energia, levando
desenvolvimento econômico e social às regiões mais necessitadas do Semiárido
brasileiro.
A indicação para que
esses projetos façam parte do Programa de Parcerias de Investimentos foi feito
pelo Conselho do PPI, por meio de Resolução publicada no Diário
Oficial da União. Após a aprovação da inclusão no PPI pelo
presidente da República, Jair Bolsonaro, os projetos se tornarão prioritários
para o Governo Federal.
As parcerias com a
iniciativa privada permitirão a retomada da implantação desses empreendimentos.
O processo foi interrompido em função da escassez de recursos orçamentários,
além da incorporação de novas tecnologias e maior produtividade.
“A indicação desses
projetos para integrar o PPI vem em um momento importantíssimo para atrairmos
os investimentos necessários para que esses perímetros sejam plenamente
instalados e possam levar o desenvolvimento para as regiões em que estão
inseridos”, destaca o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho. “O
investimento e o apoio à agricultura irrigada são essenciais para podermos
levar melhores condições sociais e econômicas para as regiões que têm esse
potencial”, completa.
Segundo a secretária
de Fomento e Parcerias com o Setor Privado do MDR, Verônica Sánchez, o aumento
de áreas irrigadas passíveis de serem concedidas ao setor privado reforça a
importância dessa modalidade para a atração de investimentos para regiões menos
desenvolvidas do País.
“O modelo de
concessões tem se mostrado um sucesso. Todos os leilões promovidos com apoio do
Governo Federal e pelo MDR em saneamento básico e iluminação pública tiveram
concorrência e acreditamos que o mesmo vai acontecer com esses perímetros.
Demos um primeiro passo e que vai se traduzir, em breve, em benefícios para as
populações que vivem próximas a eles”, afirma.
Projetos da
Codevasf
O empreendimento
mais avançado dos sete é o Projeto Hidroagrícola do Vale do Jequitaí, em Minas Gerais,
administrado pela Codevasf. No fim de dezembro do ano passado, o Governo Federal autorizou o
início dos estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental para a
concessão do empreendimento. É projetada a criação de 80 mil
empregos diretos e indiretos em 19 cidades próximas.
O diferencial do
Vale do Jequitaí é que, além da possibilidade de irrigar uma área de 35 mil
hectares, também serão erguidas duas barragens para a geração de energia
elétrica e o controle de cheias do Rio Jequitaí, que integra a bacia do Rio São
Francisco.
“O seu principal
objetivo é a implementação de duas barragens de usos múltiplos no Rio Jequitaí
e de sistemas de irrigação, que permitam a regularização da vazão do Rio São
Francisco, a revitalização da sub-bacia, a geração de 20 MW de energia, a
acumulação de água para abastecimento humano de 19 municípios e a exploração
agrícola de uma área de 35 mil hectares”, informa o diretor de Parcerias com o
Setor Privado e Sustentabilidade do MDR, Eduardo Nóbrega.
O outro
empreendimento sob responsabilidade da Codevasf é o Projeto de Irrigação Vale
do Iuiú, próximo às cidades de Iuiú e Malhada, ambas no sudoeste da Bahia. O
projeto deverá envolver ao menos 47 mil hectares de terras irrigáveis, com
perspectiva de criação de 160 mil postos de trabalho diretos e indiretos para
moradores de dez municípios próximos. O potencial da região, no entanto, é de
até 250 mil hectares de área irrigada.
"A ação
coordenada da Codevasf com os ministérios da Economia e do Desenvolvimento
Regional tem sido bastante produtiva na estruturação de projetos
importantíssimos para o fortalecimento da cadeia produtiva por meio de
investimentos privados”, afirma o diretor-presidente da Codevasf, Marcelo
Moreira.
Perímetros do Dnocs
Os outros cinco
projetos indicados para qualificação no PPI são administrados pelo Dnocs. Dois
deles ficam localizados no Piauí: Platôs de Guadalupe (foto abaixo) e
Tabuleiros Litorâneos.
Já os Tabuleiros
Litorâneos ocupam áreas dos municípios de Parnaíba e Buriti Lopes e contam com
potencial de irrigação de uma área total de 8,4 mil hectares – até agora, 2,4
mil hectares já estão em operação. Cerca de 17 mil empregos poderão ser gerados
na região.
Por sua vez, o
Perímetro de Irrigação Santa Cruz do Apodi fica entre Apodi e Felipe Guerra, no
Rio Grande do Norte, e vai beneficiar 108 mil pessoas em 27 cidades do Alto
Oeste Potiguar. A primeira etapa prevê a irrigação de 5,2 mil hectares.
No Maranhão, está
instalado o Projeto de Irrigação Tabuleiros de São Bernardo, entre as cidades
de Magalhães de Almeida e Araioses. Ao todo, há possibilidade de serem
irrigados 25 mil hectares.
Por fim, o
território do Perímetro Irrigado Baixo Acaraú abrange localidades das cidades
de Acaraú, Bela Cruz e Marco, no Ceará. A área total é de 12,6 mil hectares,
dos quais 8,4 mil hectares já estão instalados e 7,7 mil hectares foram
entregues. Outros 4,1 mil hectares poderão sem implementados na região.
Projeto-piloto
O Governo Federal,
por meio da Codevasf, já está finalizando o primeiro processo de concessão de
perímetro irrigado à iniciativa privada: do Baixio do Irecê, na Bahia. O leilão
para o arremate do empreendimento, localizado na Bahia, será realizado em 15 de
março.
Na oportunidade,
serão concedidas as etapas 3 a 9 do Perímetro Irrigado do Baixio do Irecê.
Quando concluído, o projeto será o maior da América Latina. Os investimentos
totais deverão somar, apenas na infraestrutura de uso comum, cerca de R$ 1,2
bilhão.
O critério utilizado
para a seleção será o de maior outorga, ou seja, a licitante que der o maior
lance será a vencedora. O montante mínimo estipulado de outorga é de R$ 82,7
milhões.
A concessão
beneficiará cerca de 250 mil pessoas, com o pleno aproveitamento da área e com
a produção de cultivos diversos, como grãos, frutas e hortícolas. O potencial
de geração de emprego com a concessão é de 180 mil empregos diretos e
indiretos.
“O Projeto de
Irrigação Baixio de Irecê, que já está com o edital de concessão publicado, irá
gerar empregos e oportunidades para as pessoas que vivem nessas regiões. Ele
será responsável pelo surgimento de dezenas de milhares de empregos diretos e
indiretos na atividade agrícola e também no setor de serviços, no comércio de
insumos, na preparação de profissionais, em logística e em uma série de
atividades associadas. Esse será o primeiro perímetro público de irrigação
concedido para a iniciativa privada", reforça o diretor-presidente da
Codevasf, Marcelo Moreira.
Fonte: Site MDR
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